sábado, 26 de março de 2016

Arte


Máxima


Não Dito

Desigualdade


Não se nasce mulher: torna-se


Torna-se mulher aos poucos, trilhando os caminhos que a vida traz.
Torna-se mulher através do exemplo de grandes mulheres.
Torna-se mulher ao descobrir o amor próprio.
Torna-se mulher vencendo preconceitos e barreiras impostas.
Torna-se mulher enfrentando o medo.
Torna-se mulher ao amar e respeitar o próprio corpo, seja ele como for.
Torna-se mulher acolhendo outra vida no ventre, ou não.
Torna-se mulher, devagar, explorando a maneira de amar, ter prazer e sentir-se plena.
Torna-se mulher ao descobrir o respeito por todas as mulheres, ao saber que temos a mesma natureza, especial, ligada ao sagrado, possuímos beleza, graça e encantamento.
Torna-se mulher ao compreender a condição feminina.
Torna-se mulher ao lutar sempre por direitos e espaços no mundo.
Torna-se mulher ao construir a própria história.
Torna-se mulher ao arregaçar as mangas para que a vida seja plena, cheia de significados e realizações.


* "Não se nasce mulher: torna-se" é uma frase da autora Simone de Beauvoir no livro O Segundo Sexo.
Flávia Frazão


Poesia


Janela

E os homens ainda dormem
na cidade empoeirada.
Ipatinga embala sonhos,
camufla desejos.
Alimenta corpos
pra romper o invólucro
da desesperança.

Da janela a vida passa
numa fresca manhã de outono.
Era março de 2016.

Flávia Frazão


Horizonte Belo

Debaixo do arranha céu
a cidade corre apressada.
Indiferente, gigante e bela.
Amontoados de luxo, lixo
e histórias de um tempo
além das montanhas
de Minas Gerais...
Horizonte Belo!
Diferente, mutante e feia.
Ainda vai adiar para outro século
a felicidade coletiva?
Aceita a injusta distribuição e o caos
porque não pode, sozinha,
dinamitar a ilha de Brasília.
Diferente, mutante e fria.
Indiferente, gigante e bela.
Tão Belo Horizonte
não cabe no poema.
Flávia Frazão
Imagem: Arquivo Pessoal


Liberdade

  Livro Liberdade - Flávia Frazão